30 de abril de 2007

la maladie...

14:00 - nem sei se escrevi certo. há tempos não leio francês, tão pouco falo ou escuto a língua que eu tanto gosto. mas estou me sentindo muito mal, com uma gripe mal curada, dores pelo corpo, muita tosse, nariz entupido, uma droga, enfim. o mais deprimente é acordar e olhar no relógio: 13:43. olha que coisa ruim! perdi o dia na cama.
eu me pergunto se o que me consome é gripe ou uma certa tristeza.
o bom daqui, e de lá (o blog original homônimo) é que posso resmungar sozinha, porque ninguém lê.
será que é bom mesmo? às vezes me sinto um nada.
é, sou um nada.
e ponto.
14:23 - e eu ainda me sentindo um cocô do menor inseto do mundo, voando no Grand Canyon...
14:30 - voltei para a cama, de pijama e tudo, debaixo das cobertas, sem ânimo para fazer qualquer coisa. isso tudo porque havia programado uma segunda-feira legal, mas estou com uma tristeza crônica agudizada que está me matando.
17:19 - acordo assustada, achando que já estamos no dia seguinte. olho para o relógio e não acredito que dormi a segunda-feira todinha. tiro forças de algum lugar e me levanto.
18:30 - tomo uma coca-cola com um omeprazol e um bom banho. olho para as minhas mãos , que se parecem com mãos de lavadeiras, com as unhas feias e decido ir à manicure. ligo para o shopping e consigo um horário às 21:10. aceito de cara, porque amanhã é dia do trabalho, ninguém vai trabalhar, eu acredito.
20:00 - estou no shopping e resolvo comprar um perfume que eu estava de olho, the one, do dolce&gabbana. entro na loja e peço a vendedora que quero levar um pequeno, de 50ml. ela me pergunta se eu quero passar na minha pele. eu aceito, deixo que ela esborrife na minha mão direita e cheiro em seguida. acho um tanto adocicado e comento com ela. esperava que ela me dissesse alguma coisa, mas ela me diz que se eu quiser levar eu levo. achei estranho, daí noto que ela me mede. na realidade ela estava reparando na minha roupa: calça jeans rasgada, de grife, mas rasgadinha. tênis all star nos pés, transado, de couro. relógio de aço e ouro, daquele que foi à lua, óculos dior, cabelo bem cortado, pele bem cuidada, mas o crime era a minha camiseta: hering, básica.
eu lhe pergunto se ela está cansada, pois não vejo vontade, sequer interesse em me vender o perfume. eu falei que poderia ir até outra loja, no que ela me responde que o problema era meu, pois eu pagaria mais caro.
abuso? falta de educação? de civilidade? eu falava com ela com voz calma. fui até a gerente e relatei o que havia acontecido. ela tentou consertar, mas a merda já estava feita. é óbvio que eu não comprei o perfume lá.
20:50 - entro em outra perfumaria e peço o perfume. o rapaz que me atende, um gay de meia-idade, super simpático me traz o frasco. pergunto-lhe o preço. era 30 reais mais caro que na outra loja. eu compro e digo o que aconteceu lá na outra loja. ganho um perfume de brinde.
21:10 - faço minhas unhas com a ana, um amor de pessoa, que me escuta contar toda a saga do perfume e que me faz uma belíssima unha francesa. tô feliz com isso. minhas mãos ficaram bonitas.
23:50 - sem sono. que país de merda é esse?

Um comentário:

Anônimo disse...

Do cacête este texto!