(foto: Window, de José Gama)
30 de novembro de 2007
28 de novembro de 2007
Ainda sobre a vizinha barulhenta...
Para completar a história da minha vizinha barulhenta: eu fazia aula particular de francês, pra não perder o rebolado, bien sûr. Minha professora, uma francesinha jovem, que a minha gata cercava por todos os lados, mexia na bolsa da moça (uma vergonha! Penélope é mimada, faz o que quer!) toda recatadinha. Um dia, a velha solta um palavrão que todo o prédio ouviu, inclusive os prédios vizinhos. Mas ela não se contentou em xingar uma vez. Ela teve um surto de xingamentos. A professora ficou vermelha, engraçado. Eu morri de vergonha! Quem tinha que ficar vermelha era eu, mas enfin...
______________________________________
27 de novembro de 2007
24 de novembro de 2007
Sábado...
Sábado de preguiça. Fui cuidar um pouco dos cabelos, fazer hidratação, essas coisas. Depois do cabelereiro fui comprar um presente para minha mãe, um sapato lindo!
Daí resolvi dar um pulinho na loja de celular perto da Fnac da Paulista. Sou atendida por um garoto com um sotaque que eu não consegui identificar. Super fofo, gay, foi logo com a minha cara e eu com a dele. E foi logo também dando palpites sobre qual celular combinava comigo. Ah, eu adoro uma frescura! Optamos, nós dois, é lógico, por um modelo da LG. Um charme!
Daí, na hora de fazer o upgrade do meu aparelho antigo, ele lê meu nome e diz que me conhece. Tomei um susto!
- Como assim?
- A senhora não escreveu alguma coisa sobre traquéia? Vi num livro (?) o seu nome. Sou um curioso, adoro fazer pesquisa sobre vários assuntos. Um dia eu gosto de ler sobre medicina, noutro sobre história e por aí vai. Daí que guardei seu nome. Não é um nome comum, não é mesmo?
Concordei com ele que meu nome não era nada comum, mas fiquei muito sem graça. Disse que era apenas alguma coisa sobre a minha tese.
O que não faz a internet, n´est-ce pas?
___________________________
DVD do Peter Gabriel, em todas as fases, desde ele bonitinho nos 70' até hoje, um senhor grisalho, cantando com as filhas.
Ah, tempo ingrato!
23 de novembro de 2007
22 de novembro de 2007
Sem título...
20 de novembro de 2007
Feriado morno II...
Droga, cadê o sol? O céu escureceu de nuvens negras, deve cair um pé d'água logo, logo.
Minha vizinha, uma senhora idosa que parece com a bruxa da Branca de Neve, espirra tão alto, mas tão alto, que eu escuto aqui da sala onde fica o meu notebook. Ou seja, pelo menos uma meia dúzia de paredes e eu escuto a velha espirrar. Também escuto quando ela abre a janela, de manhã cedinho, bem nos dias que eu não estou trabalhando, e grita bom dia para o porteiro lá loooooooonge.
_____________________
Estou me sentindo tão fútil hoje. Não fiz nada de interessante, além de comprar um pen drive bonitinho, do tipo objeto do desejo. Do meu, é claro. Daí tirei todas as aulas em power point que eu tinha armazenada aqui e passei tudo para lá.
__________________________________
Queria estar fazendo nada em Paris. Acompanhada, de preferência, porque Paris sozinha é muito, mas muito triste. Porque dá uma baita vontade de namorar. Se estiver sozinha e achar um francês bonito...bom, daí tudo fica maravinlhoso.
______________________________________________
Hoje, finalmente, consegui olhar as minhas cicatrizes da laparoscopia. Estão horríveis, fiquei chateada, porque eu sempre cicatrizei legal. Sempre oriento meus pacientes a usarem creme + massagem. Não fiz nada disso. Acho que foi o fio que meu médico usou, fio absorvível. A porcaria ainda está sendo absorvida. Sem contar que eu arranquei a sutura de uma das feridas. Definitivamente eu não cuido da minha saúde.
(foto: Steve Raymer)
Feriado morno...
19 de novembro de 2007
São Paulo, chuva, período sabático...
São Paulo, 1960...
Gosto das fotos da série luz e sombra, de René Burri.
_________________
Pré-feriado, ou meio de feriado para alguns. Para mim é o início de um período sabático de 10 dias sem trabalhar. Só vou trabalhar às quintas, pois não quis passar meus plantões de cuidados paliativos para outra pessoa. Mas lá eu não me canso, trabalho com prazer.
O que me atormenta é ter de operar. Ando cheia de operar. Não que eu não goste mais. Eu gosto, faço muito bem. O que realmente atormenta são alguns resultados ruins. E os colegas, os meus também, na presença de recidiva da doença, encaminham os pacientes para o oncologista. E daí não têm mais notícias deles, como se fosse um distanciamento do fracasso da cirurgia, do fracasso deles próprios. São uns deuses, alguns deles se acham inatingíveis. Então, o que fazer com um cara com doença recidivada? Mandar para o oncologista, que por sua vez não sabe tratar corretamente a dor. É. Exatamente isso. São outros merdas, os oncologistas.
Ainda bem que os paliativistas chegaram para ficar...
______________________________________
Estou com quatro livros me esperando à cabeceira da cama, todas as noites.
18 de novembro de 2007
"E o futuro....
12 de novembro de 2007
Cansaço...
Olhos fechados. Não dorme, descansa. Respira bem, o coração está descompassado, a barriga enorme...
À noite se agita. Medo? Provavelmente. Ele não dorme de jeito nenhum, como se estivesse esperando por ela. E certamente está. Ela pode chegar a qualquer momento. Para ele ou para nós. Quem saberá dizer?
À noite se agita. Medo? Provavelmente. Ele não dorme de jeito nenhum, como se estivesse esperando por ela. E certamente está. Ela pode chegar a qualquer momento. Para ele ou para nós. Quem saberá dizer?
10 de novembro de 2007
Fragmento número 1...
(imagem: Salvador Dalí)
Não tinha dor. Sempre deitado, pois não lhe restavam forças sequer para sentar. Sempre tranqüilo, sorrindo para todos. Principalmente para mim. Fiz seu diagnóstio, infelizmente já em fase avançada. Desobstrui suas vias respiratórias, abrindo sua traquéia e introduzindo uma cânula para que não faltasse o ar e morresse sufocado.
Ontem começou a tossir. Muita secreção pulmonar. Seu estômago parou de funcionar e o suco gástrico começou a voltar. Tive de suspender sua alimentação pela sonda.
- Seu corpo não necessita mais de alimento, expliquei para sua aflita, mas conformada esposa. Pareceu-em que ela entendeu, muito embora alimentar um doente signifique para seu familiar o mesmo que dar amor.
Enfim...
Ele me olhou. Vi que agonizava, que não suportava mais nem respirar. Entendi aquele olhar como uma súplica. demos para ele medicamento para relaxar.
Passou a noite com sua esposa e filho. Partiu hoje cedo. Foi fazer ternos em algum lugar, não sei em qual andar. Acho que foi para o de cima. Ele era alfaiate...
Assinar:
Postagens (Atom)