30 de junho de 2007

o que você sabe sobre clarice?

bacana o quiz do uol. acertei tudinho!


em contagem regressiva aqui. estresse, visita dos meus pais hoje, insônia com necessidade de bzd para dormir, o que me causa pesadelos.
só falta uma palavra sua. melhor seria um abraço bem apertado...

29 de junho de 2007

chuva...


frio, vinho, ótima companhia do meu amigo, dvd da grande diva - callas, bien sûr - e quase terminamos a nossa primeira tarefa do curso de cuidados paliativos.

vinho tinto na cabeça.

volto para casa, pensando que a vida é bem melhor quando temos amigos. eu tenho poucos, mas adoráveis e verdadeiros.





28 de junho de 2007

país sem futuro...

(marc chagall - o mito do orfeu)


notícias como esta me deixam cada vez mais desanimada.

27 de junho de 2007

lembra...


quando você operou sua miopia?

foi num dia 28 de novembro e era meu aniversário. lembro-me que pensei em você o dia todo, preocupada com o resultado da operação. era um fato muito importante na sua vida, considerando a sua biografia. eu rezava (nunca lhe contei isto) para que tudo desse certo...ainda estava na pós-graduação, que ficava a poucas quadras da sua casa. recordo-me que não consegui escrever nada naquele dia, só olhava do alto do prédio de laboratórios, imaginando onde poderia ser sua casa. e escrevi um e-mail dizendo que torcia por você

poucos dias depois, com muito custo, porque você achava que podia haver alguma complicação em seus olhos azuis desbotados consegui arrastá-lo para ver a exposição da porta do inferno, do rodin, na pinacoteca. lindos olhos azuis desbotados. expressivos e tristes. acho que nunca falei isto para você.

queria que estivesse aqui comigo. que me desse um pouco do seu carinho, do seu abraço apertado de sufocar. mas sei que não me lê mais.

mesmo assim queria deixar registrado a falta que me faz...

26 de junho de 2007

and so it is...

hoje pude chorar pra caramba e desabafar toda (um pouco, vai) a tristeza que eu estava guardando aqui dentro. visitei um médico que conheço desde os meus tempos de residente de cirurgia geral, na uti. cheguei bem pertinho dele, já em coma e disse quem eu era, que gostava muito dele e que ele ficasse em paz...

25 de junho de 2007

no ponto onde o silêncio


no ponto onde o silêncio e a solidão
se cruzam com a noite e com o frio,
esperei como quem espera em vão,
tão nítido e preciso era o vazio.


sophia de mello breyner andressen

22 de junho de 2007

...


(imagem: salih guler)

19 de junho de 2007

trechos de "o amor"
.
vladimir mayakoviski (1893 - 1903)
(imagem: uol)

(...) ela é tão bela
que por certo hão de ressuscitá-la.
então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em inúmeras noites de estrelas.
ressuscita-me
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo cotidiano!
ressuscita-me
nem que seja só por isso!
ressuscita-me!
quero viver até o fim o que me cabe!
para que o amor não seja escravo
de casamentos
ganâncias
salários.
para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
(...)
para viver
livre dos nichos das casas.
para que
de agora em diante
a família
seja
o pai,
pelo menos o universo;
a mãe,
pelo menos a terra.

18 de junho de 2007

sonho é sonho....


(imagem: uol)

e ponto final.
dane-se o freud! não fico procurando explicações, mas é óbvio que estou sentindo medo.
queria meus amigos do meu lado. é isso.
nem sempre é possível. fazer o quê?
a vida segue...


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daí eu recebo aquela paciente com poucos anos de vida além dos meus, um abdome enorme, por causa de uma carcinomatose por um câncer de útero e me sinto culpada de ter estes sentimentos de medo. porque tudo o que eu sinto se torna tão menor perto do estado dela, da dor dela, que me dá vergonha.

17 de junho de 2007

um sonho...

( imagem: igor siwanowicz )

sonhei com sua mãe.
entrei numa sala muito clara, onde havia um piano e uma senhora sentada, tocando. ela me viu entrar e sorriu.
não me lembro como era o piano, só me recordo do teclado e dos dedos dela deslizando por ele.
perguntei-lhe se ela era a sua mãe e ela me assentiu com a cabeça.
- posso me sentar para ouvi-la tocar?
ela me responde que sim, agora com a cabeça e também com os olhos.
- é beethoven, não é?
novamente ela me diz que sim.
- a senhora sabe que amo seu filho, não sabe?
seus olhos sorriram para mim.
acordei e fui ouvir beethoven.

15 de junho de 2007

um pouco de luz...


por ele e sua família.

14 de junho de 2007

estilo diário + recado para mani...

tenho um amigo que foi para paris hoje. não conhecia a cidade ainda. eu lhe disse: atravesse a pont neuf pelo menos uma vez, da rive gauche à rive droite, que é a margem mais charmosa, na minha opinião. no meio do caminho, do lado direito, descubra uma praça escondida, que é muito linda, a dauphine. as fotos não mostram o quanto ela é bela. ande às margens do sena e seja feliz.

aqui dá para ver mais fotos da place dauphine, inclusive uma panorâmica bárbara.

daí eu me lembrei deste filme, les amantes du pont-neuf. a mocinha, rica e com uma doença que a obrigava a andar com um tampão num dos olhos, ia viver como mendiga na pont neuf. o mocinho, um mendigo. acho que era um pouco clochard.

fazia tempo que eu não pensava na palavra clochard...


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meu relógio interno está alterado. hoje operei durante umas seis (?) horas, cheguei em casa por volta das 17:00, deitei um pouco para relaxar, ainda com luz entrando pelo quarto.
acordei no escuro, fui para a sala, tentei ver televisão, acordei no final de um jogo de futebol, vi um filme pela metade, tomei um banho e estou completamente acordada.
estas descargas adrenérgicas que a gente sofre, sem notar, durante uma cirurgia, são absurdas. sentia-me como se precisasse dormir por dias.
agora estou louca para tomar um café.


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chega de coca light, zero ou normal.
estou proibida pelo meu médico e ponto final.
hoje eu tomei a minha última...
guardo meu estoque maluco para depois da cirurgia.
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recado para mani, que escreve comentários delicadíssimos aqui e eu nunca posso respondê-los: como acho você, mani?

10 de junho de 2007

coca light

ouvi alguém dizer, não me recordo quem, nem quando, que a coca-cola light vai acabar e que será substituída por aquela coisa insípida da coca zero. estou sonhando? alguém me disse isto mesmo. e será que é verdade?
porque eu acredito no que me dizem, mas se for mentira, isto já está me provocando sofrimento, porque desde 1989, quando a light foi lançada, eu só tomo dela. estou estocando minha casa de coca light. sem limão, bem entendido, porque aquilo é pior que purgante.
por favor, se alguém ler este post e souber, poderia me esclarecer?
não tenho mais onde colocar coca-cola aqui em casa. estou quase batendo na porta do vizinho pedindo ajuda para estocar o meu vício.
é vício mesmo!
desolée...
* * * * *

9 de junho de 2007

outro presente...

poder colocar uma foto de borboleta, com autoruzação da dona. o link está aí do lado e, caso alguém entre aqui, vá até lá ver a fotos da viviane, porque são muito bonitas.
pena que ela não ande atualizndo tanto.
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acordei com uma sensação ruim de menosprezo. alguém já sentiu isto?

8 de junho de 2007

presente ...

dvd do chet baker, onde ele canta my funny valentine.
eu juro que não esperava.
amei!

7 de junho de 2007

rua ramalhete


sem querer fui me lembrar
de uma rua e seus ramalhetes,
o amor anotado em bilhetes,
daquelas tardes.

no muro do sacré-coeur,
de uniforme e olhar de rapina,
nossos bailes no clube da esquina,
quanta saudade!

muito prazer, vamos dançar
que eu vou falar no seu ouvido
coisas que vão fazer você tremer dentro do vestido,
vamos deixar tudo rolar;
e o som dos beatles na vitrola.

será que algum dia eles vêm aí
cantar as canções que a gente quer ouvir?


antes de dormir quero rever depuis qu´otar est parti. filme maravilhoso e que me mostra como os idosos podem nos surpreeder.
na terça-feira foi dia do meio ambiente e, a caminho do hospital, logo cedo, ganhei uma mudinha de planta no semáforo. levei a minha mudinha comigo para o ambulatório, com medo de deixá-la no carro e ela morrer com o calor.
logo atendi um senhor de 85 anos, que está em tratamento de um segundo câncer. vem sempre com a esposa, uma senhora bem mais jovem que ele e com sua filha mais velha. desta vez, veio o neto, que elas chamavam carinhosamente de nosso motorista. um garoto de seus vinte e poucos anos e que demonstra nitidamente que adora ao avô.
eles são sempre muito simpáticos e o velhinho estava deprimido. conversei bastante com ele, que me contou estar enxergando pouco.
- mas o senhor ainda cuida do seu jardim, não cuida? perguntei-lhe.
a filha respondeu por ele que sim, que ele tinha muitas plantas e todas elas muito bem cuidadas.
peguei minha mudinha, coloquei nas mãos dele e lhe disse:
- planta esta mudinha e cuida dela por mim? não tenho um jardim onde possa plantá-la.
ele sorriu e me deu um beijo no rosto. saiu feliz e me deixou feliz também.

5 de junho de 2007

12:30...

uma enorme vontade de não fazer nada. como seria bom. deitar, ou sentar numa poltrona confortável, de pernas para o ar, com um bom livro. ou mesmo de olhos fechados, ouvindo música.
sol, céu azul lá fora e muito trabalho por fazer ainda.
lá vou eu!
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14:50 - entra uma senhora de 60 anos, com dúvidas sobre sua doença. operar ou não?
- cada médico deu uma opinião diferente, me diz ela. quero saber a sua, doutora.
indico tratamento cirurgico e ela parece entender minha explicação. percebo que tem algo mais para me dizer, mas não consegue. ao seu lado, a filha.
começo a lhe perguntar sobre doenças outras, na tentativa de descobrir o motivo da aflição que ela estampava no olhar, e ela me diz que se tratava com um psiquiatra também.
- por quê? e qual o medicamento que a senhora toma?
ela fecha os olhos, respira bem fundo, começa a chorar e retira um pote imenso de dentro da bolsa, quase do tamanho de uma lata de leite em pó e me dá para ler a fórmula. leio um monte de baboseiras, coisas sem fundamento científico algum e paroxetina, que é uma droga para depressão e que pode ser encontrada em farmácias comuns por um preço bem mais acessível. conta-me que custa em média 400 reais para fazer a fórmula. a filha não muda a expressão em momento algum.
- mas por que a senhora toma isto? eu falei incrédula...
- meu marido cometeu o suicídio há cinco anos, doutora e desde então eu me trato com este psiquiatra.
fiquei estarrecida, retirei meus óculos e prestei atenção no relato que ela me fazia. assustador e comovente.
daí eu perguntei qual a freqüência do seu tratamento com o psiquiatra e ela me diz que era de dois em dois meses, há cinco anos. ele seguia a 'linha ortomolecular'. variava na fórmula de vez em quando, mas a paroxetina estava sempre lá.
- canalha - pensei comigo - enganando a pobre senhora.
- mas eu ando perdendo a confiança nele, ela logo me diz.
respirei aliviada!
por conta de profissionais fajutos como este 'psiquiatra ortomolecular' que gente que faz nosso trabalho com decência e dedicação é rotulada e nivelada com adjetivos infelizes.
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ça suffit!

3 de junho de 2007

sem heroísmo...




mesmo em camus - esse amor pelo heroísmo. então não há outro modo? não, mesmo compreender já é heroísmo. então um homem não pode simplesmente abrir uma porta e olhar?



in: para não esquecer - clarice lispector, editorarocco, rio de janeiro, 1999, página 25

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melhor é abrir a porta e sair...
hoje tem maratona de são paulo, que eu perdi porque acordei ainda agorinha.
bom domingo para todos!




2 de junho de 2007

chá preto...

com gengibre e canela.
alguém já disse que isto é muito bom? zero de gordura.
e croissant, que não é tão zero assim de gordura, mas que cai muito bem com o tal do chá.
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resolvi pedir o reconhecimento do meu diploma na itália.
para isto, terei de juntar todo o meu histórico, desde o ensino fundamental (que na minha época não se chamava assim) até os dias de hoje. é uma mão de obra, mas quem sabe não valerá a pena?
já que ando tão descontente com a situação deste país, quem sabe não seja na itália que eu tenha de viver o fim dos meus dias?