24 de julho de 2007

Desabafo...

18:30, entra no consultório meu último paciente. Foi operado faz 20 dias, doença da tireóide. Evolução muito boa, porque dói pouco cirurgia no pescoço. Você não usa o pescoço para levantar, nem mudar de posição na cama. Diferente de cirurgia no abdome, quem tem músculos que são solicitados quando você senta, levanta, deita e por aí vai. Enfim...
-Doutora, estou cansado, e acho melhor ficar sem trabalhar. Quero ficar mais tempo em casa descansando.
-Faz 16 que eu fui operada e já estou aqui, atendendo você. Já não suportava mais ficar em casa fazendo nada.

Ele não gostou muito. Fiz um relatório para o médico do trabalho da empresa dele. Eles que se entendam.

Sinceramente? Ele estava ótimo! Muito melhor que eu, que emagreci pra caramba e nem posso me alimentar direito.

Caramba! Fiquei 15 dias sem trabalhar. Conseqüentemente, sem ganhar dinheiro e cheia de contas atrasadas para pagar. E volto para a luta.

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E nada do Pão de Açucar me responder...

Sem resposta

Até o momento não recebi qualquer resposta do Pão de Açúcar. Enfim, vou aguardar mais um pouco.

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Hoje à tarde recomeço a trabalhar.
Confesso que me sinto um pouco enferrujada...

22 de julho de 2007

Indignação...

Observei uma coisa que já vinha percebendo há tempos em muitos locais aqui em São Paulo.
Estive numa das lojas do Pão de Açúcar, na sexta-feira, e o estacionamento estava praticamente vazio.
Os locais mais privilegiados para se estacionar são para deficientes físicos e eu acho isto óbvio e justo. Pois não pára um carro, sem o adesivo, descem duas mulheres saudáveis e o funcionário do estacionamento não fala nada? Fiquei indignada.
Escrevi um e-mail para eles e aguardo a resposta. Por enquanto recebi somente aquela resposta automática. Vamos ver...
Já notei isto em vários shoppings da cidade. Sempre com o segurança fazendo 'vista grossa'.

Que raio de país é este?

21 de julho de 2007

Fim.


O Cerimônia do Adeus já não existe mais.
Incomodava o nome, os escritos(?) e quase ninguém entrava lá.

Mas a idéia de contar sobre meus pacientes de cuidados paliativos continua. Por isso, recomecei em um novo endereço e nome:http://gnossiennes5.blogspot.com/.

Acho que tudo isto foi efeito do hiato cirúrgico-anestésico pelo qual passei.

Será?

20 de julho de 2007

Céu azul, mas...

a cidade continua cinza com o que aconteceu na terça-feira.

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O mais irritante é que todo mundo virou especialista. Um quer explicar melhor (pior?!) que o outro as causas do acidente. Antes era a pista, agora é o avião, amanhã será culpa do piloto.
Às vezes é melhor ficar calado.
Por respeito.

19 de julho de 2007

Place des Fêtes

Ainda sobre Paris, je t´aime.
Este me emocionou muito...
É claro que chorei.

Paris, je t´aime...

Faubourg Saint-Denis...
É lindo! Achei uma poesia.

O mais lindo, sem dúvida!
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Já me disseram, certa vez, que eu falo muito a palavra lindo.

15 de julho de 2007

E la nave va...


Tomei um café. Não podia, eu sei...
Não agüentei, acho que meu corpo não suportou tanto tempo sem cafeína.
Sou péssima paciente.
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Comecei a ler A Montanha Mágica.
De resto, só faço meus exercícios do curso, ando um pouco pelo bairro e nada mais.
Amanhã vou pintar minhas unhas de vermelho.
E la nave va...

13 de julho de 2007

Vivenciar...


... uma experiência que você vive no seu dia-a-dia, porém, do outro lado.

Fui operada.

A anestesia é um hiato na minha existência. É uma sensação estranha, que sinto até agora. Só sei que não me recordo de nada. Claro que foi efeito do midazolam, mas eu achava que poderia manter o controle da situação até o momento que me deitei na mesa operatória, apertei a mão do meu cirurgião, pedi para ele não me operar (juro! eu me lembro que pedi isto) e não vi mais nada.

Voltei à órbita duas horas depois, com minha anestesista (maravilhosa!) ao meu lado, falando comigo. Não senti nem quando ela retirou a sonda do meu nariz. Incrível!

Os muitos "amigos" que se ofereceram para me ajudar, bom....sumiram todos. Surgiram pessoas que eu nunca imaginei que se preocupassem comigo. E isto me deixa feliz, porque me fez enxergar tanta gente bacana que vivia ao meu redor e eu nem notava.

Agora peno, pois não posso me alimentar de nada sólido. Sinto desconforto. É um aperto ruim que dá no peito. Vai passar gradativamente, eu sei, mas está complicado conviver com isto. Faz-me pensar nos meus próprios pacientes, quando a doença deles volta e eles não conseguem se alimentar. Fez-me lembrar de um paciente que eu tive, anos atrás, que não podia comer nada, usava uma gastrostomia. Tudo de gostoso que ele tinha vontade de comer, ele trazia para mim. E eu não conseguia comer, porque pensava na aflição dele.

Aconselho aos meus colegas a mudarem de lado um pouco. Claro que não desejo uma doença a algum deles, mas que eles tentem se colocar do lado de cá. Do lado que eu estou agora.

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Fiz uma lista de coisas que eu pretendo fazer, enquanto eu estive internada. Aqui está uma parte do que eu quero fazer.


- visitar a Pinacoteca e aquele café bacana que tem lá;

- voltar à Livraria Francesa, do centro da cidade, de metrô. Na volta, passar por aquele prédio da Light, que é lindo!

- ler a Montanha Mágica;

- estudar espanhol (já comprei livros e pretendo estudar sozinha, acho que dou conta);

- ir mais ao cinema...como antigamente;

- tomar mais chá de jasmim inglês com o meu amigo J. (il est très chic!);

- mandar aquela música que circula pela internet, vai tomar no c., para um monte de babacas;

- voltar para o Pilates (só depois de 3 meses de operada! absurdo!);

- voltar a comprar na Cultura, pessoalmente;

- esquecer você, R.;

- voltar a Paris.


1 de julho de 2007

fechado para balanço.



(imagem: spirit of paris)

volto quando minha vida voltar ao normal...